
Por Portal TdW
A série Andor, criada por Tony Gilroy, estreou em 2022 com aclamação da crítica, redefinindo o panorama Star Wars na era do streaming. Mas o brilho poético do programa esconde cifras e conflitos que revelam mais sobre o futuro de produção da franquia do que qualquer sabre de luz. Baseado no relatório da Variety, este artigo apresenta uma visão crítica sobre o custo monumental da série, os choques com a política de orçamento da Disney e os impactos sobre o futuro de produções premium na galáxia Star Wars
1. O Preço da Liberdade Criativa
Tony Gilroy revelou no ATX TV Festival que Andor consumiu cerca de US$ 650 milhões ao longo de suas duas temporadas (24 episódios). Isso coloca o show no mesmo patamar financeiro de filmes como A Ascensão Skywalker. Uma cifra astronômica para uma série—dá para produzir um longa-metragem épico da saga.
A Disney chegou a vetar até o uso de “Fuck the Empire”, censurando em prol de imagem corporativa, apesar de Gilroy manter liberdade até em temas polêmicos (fascismo, violência, sexo em brothel).
2. “Streaming is Dead” – A Nova Mentalidade
Durante as gravações da segunda temporada, Gilroy enfrentou orientações corporativas: “Streaming is dead, we don’t have the money we had antes”. A crise do streaming forçou cortes no orçamento, mas a equipe resistiu para manter a qualidade narrativa própria da série.
Esse cenário revela uma mudança de paradigma: a Disney, após investir pesado, começa a desconfiar dos retornos não transparêntes de produções originais. Séries custosas já foram canceladas por custos elevados, mesmo com críticas positivas, como The Acolyte.
3. BA$ICS e Dezummings: Economia de Escopo
Estima-se que cada episódio custou cerca de US$ 20 milhões pós incentivos fiscais—um patamar comparável à série Game of Thrones. Um investimento equivalente a blockbusters clássicos, agora aplicados em streaming .
Para fazer jus ao orçamento, Andor usou locações reais, elementos práticos e narrativa política, distanciando-se de efeitos visuais óbvios. A segunda temporada fechou com 12 episódios cobrindo os quatro anos que faltavam para o arco original de cinco temporadas.
4. O Custo Real de 24 Episódios
Não apenas o orçamento nas câmeras foi pesado: houve US$ 20 milhões adicionais apenas por paralisações durante a greve de roteiristas e SAG-AFTRA . O total global supera a marca de US$ 1 bilhão quando se incluem marketing, distribuição e sobrecargas variadas .
5. Retorno – Monetário ou Cultural?
Embora a Disney não forneça métricas públicas, sabemos que Andor foi um sucesso crítico, com Emmy e críticas entusiastas pela abordagem sóbria e madura da narrativa rebelde – dependendo mais de drama e tensão política que de ação típica de Star Wars,
A iniciativa de disponibilizar os primeiros episódios gratuitamente no YouTube reflete a tentativa de monetizar por audiências, não apenas bilheterias . Porém, o paradigma agora exige retorno financeiro mais imediato.
6. Complexidade Narrativa vs. Pressão Econômica
O tom refinado, quase “TV de prestígio”, agrada aos fãs mais exigentes, mas também tem custo e dificuldade para alcançar audiências massivas. Andor é celebrada como obra-prima pela imprensa, mas não necessariamente gera grandes fluxos de assinantes.
Com a declaração “streaming is dead”, fica claro que Disney não está disposta a manter gastos altos sem dados públicos claros de ROI. Isso afeta decisões sobre spin-offs e novos capítulos do universo de Cassian Andor e Rogue One.
7. E agora?
Andor representou o ápice da ambição narrativa: produção cinematográfica, liberdade criativa, profundidade moral, mas tudo isso adquiriu um preço bilionário. A revolução que reinventa Star Wars se encontra agora com a realidade corporativa que fiscaliza cada dólar e exige métricas tangíveis.
Agora, ao fim de duas temporadas épicas, resta saber se Disney seguirá apostando em séries custosas ou preferirá caminhos mais econômicos, já que outras produções caríssimas estão sendo reavaliadas ou canceladas.
Este paradoxo, entre arte e lucro, representa um momento decisivo para o futuro de Star Wars no streaming: uma galáxia em equilíbrio tenso entre criatividade expandida e controle rígido de custos. Diz pro Portal TdW, o que achou da Série?
Andor é a melhor produção de Star Wars no streaming. A temporada 1 e 2 mais Rogue One se tornaram a “trilogia perfeita” para muitos. Valeu cada centavo investido nesse sentido. Acho que a Disney poderia diversificar etariamente seus produtos da Lucasfilm, equilibrando os gastos e mantendo seu público. Que venham mais “Andores” e mais “Skeletons Crews”. Agradem às crianças, mas também aos pais e avós.