Por Portal TdW– Quando uma HQ quer transformar um vilão em um novo Vader
A Sombra de Vader
Desde sua primeira aparição, a jornada de Kylo Ren tem sido definida por uma luta impossível: escapar da colossal sombra de seu avô, Darth Vader, ou se tornar digno de preenchê-la. Essa batalha interna, que moldou um dos vilões mais complexos da saga, atinge um novo patamar de brutalidade na história em quadrinhos Star Wars: Legado de Vader edição 11. Nela, o roteirista Charles Soule e o artista Luke Ross não se coíbem em levar essa luta a um extremo físico e psicológico chocante. Nas mãos de Vaneé — o zelador perturbado do castelo de Vader e um servo cuja devoção se transformou em fanatismo ao longo de décadas — a tentativa de Kylo de forjar seu próprio legado se transforma em um pesadelo. A seguir, revelamos os três momentos mais impactantes deste novo e brutal capítulo na jornada de Kylo Ren em Star Wars.
Para se Tornar Grande, “Kylo Ren Deve Morrer”
A história começa com uma imagem de pura vulnerabilidade: Kylo Ren, o temido Líder Supremo, está suspenso e indefeso dentro de um tanque de contenção. Diante dele está Vaneé, uma figura grotesca com uma cabeça humana preservada em um frasco sobre um corpo de dróide. É ele quem revela a filosofia arrepiante que guia suas ações: para que a verdadeira grandeza de Kylo, o herdeiro de Vader, possa emergir, sua identidade atual precisa ser completamente aniquilada.
“Mas para que essa grandeza apareça… Kylo Ren deve morrer.”
Essa declaração representa o cerne da filosofia do Lado Sombrio: a destruição do eu em troca de poder. Vaneé, em sua loucura, tenta replicar a manipulação de Palpatine sobre Anakin Skywalker, traçando um paralelo direto com o evento que definiu a galáxia. Ao afirmar friamente, “Anakin Skywalker morreu também”, ele revela seu plano: orquestrar a “morte” de Kylo Ren para que um novo e verdadeiro herdeiro de Vader possa nascer das cinzas.
O Ritual de Fogo: Recriando o Nascimento de Vader
O que se segue é uma recriação blasfema do inferno pessoal de seu avô em Mustafar. Vaneé força Kylo Ren a passar por um ritual projetado para emular a “ascensão” de Darth Vader em seu momento de maior agonia. Amarrado a uma plataforma, Kylo é lentamente baixado em direção à lava escaldante. Para completar a horrível cerimônia, uma versão quebrada e rachada do capacete de Darth Vader é forçada em sua cabeça enquanto ele grita de dor (“NNNNGH! HNNNGHH!”).
A análise mais perturbadora aqui é o contraste entre a realidade e a reencenação. O nascimento de Vader foi fruto de derrota, dor e manipulação por um Lorde Sith. O ritual de Vaneé, no entanto, é um ato fanático, quase amoroso, que busca conceder o que ele vê como um presente sagrado. Seu fanatismo é evidente em suas palavras tranquilizadoras e, ao mesmo tempo, aterrorizantes:
“Você vai sobreviver. Assim como seu avô. Apenas um gosto… uma imersão. Um gostinho da chama.”
A experiência mais traumática de Anakin é aqui fetichizada, transformada em um sacramento sagrado por um zelote. Isso revela a perigosa distorção da história na galáxia, onde a dor de um homem se torna o caminho glorificado de outro para o poder.

Uma Aceitação Sombria do Legado
Justo quando o fogo está prestes a consumi-lo, Kylo Ren demonstra sua imensa força. Com um som de metal se partindo (“KRRRNCH!”), ele se liberta e sobrevive à provação. Mesmo ferido, queimado e desarmado, ele enfrenta os droides de Vaneé com uma agilidade feroz, saltando e se esquivando de tiros de laser. Este momento prova que, mesmo após ser quebrado física e psicologicamente, sua conexão bruta com a Força e sua proeza em combate são inatas e unicamente suas, não uma mera imitação de Vader.
No entanto, é no confronto final com seu algoz que o momento mais surpreendente ocorre. Em vez de uma explosão de raiva, Kylo exibe uma calma sombria, uma aceitação do destino que Vaneé tentou impor a ele. Ao encarar o que acredita ser sua morte iminente, sua mentalidade muda de forma profunda:
“Se esta deve ser a minha morte… sim… há uma beleza nisso… uma honra. Mesmo que eu não pudesse ser ele… escolher ser… Fico feliz que faça parte de sua linhagem.”
Esta fala marca um ponto de virada crucial. Kylo para de lutar contra a sombra de Vader e, em vez disso, encontra uma paz sombria em aceitar seu lugar em uma linhagem de dor e poder. Não é uma vitória, mas uma rendição trágica, uma aceitação de que seu destino está para sempre entrelaçado com as cinzas de seu avô.
Conclusão: O Que Resta nas Cinzas?
Star Wars: Legado de Vader edição 11 nos arrasta para as profundezas da psique de Kylo Ren através de uma provação física inesquecível. Desde a filosofia da “morte do eu”, passando pelo ritual de fogo que recria o inferno de Mustafar, até a aceitação final e sombria de Kylo, esta história redefine os limites de sua busca por identidade. Ao final, ficamos com perguntas inquietantes sobre o que realmente foi forjado nesse fogo.
E você?
- Essa experiência brutal aproximou Kylo Ren de se tornar o “novo Vader” que Vaneé desejava, ou o libertou permanentemente da sombra de seu avô?
- O que a devoção fanática de Vaneé nos diz sobre como o legado de Darth Vader foi interpretado (e corrompido) na galáxia?
- Depois de sobreviver a um ritual destinado a recriar a maior dor de Vader, o que resta da identidade de “Kylo Ren”?
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