Por Portal TdW
A palavra “legado” deveria ter se tornado o epicentro da evolução da Disney, com Bob Iger no comando. Se a saga Star Wars, cultivada sob o vasto guarda-chuva da Disney, é um universo próprio, então Bob Iger deveria ser o guardião que entende tanto a origem quanto o futuro dessa mitologia. Nesta análise especial para o Portal TdW, destrinchamos a mais recente e abrangente entrevista de Iger no podcast “The Rest is History,” acompanhada do vídeo exclusivo e uma detalhada análise do futuro da liderança da Disney e da Lucasfilm em nosso portal.
A discussão atravessa sua visão de liderança, os desafios e os avanços no universo Disney, culminando em uma nova era que combina herança, inovação e uma conexão profunda com o público global — com um olho especial para Star Wars.
Bob Iger: Guardião ou Transformador do Legado Disney?
Bob Iger retorna ao comando de um dos maiores impérios do entretenimento mundial, com uma missão clara: manter a Disney como uma empresa que não apenas seja admirada, mas verdadeiramente amada por gerações. Em suas próprias palavras:
Mais do que tudo, eu gostaria de ser conhecido como alguém a quem foram dadas as chaves deste reino… e que eu o levei a um lugar do qual até mesmo Walt se orgulharia.”
Com essa declaração, Iger não se posiciona apenas como um CEO, mas como o maior protetor e líder do legado Disney — uma filosofia que guia cada passo da companhia, seja nas aquisições ou nas inovações que transforma em realidade.
Essa visão se manifesta de forma ainda mais clara quando ele fala sobre como equilibrar inovação e respeito pelo passado da empresa. Para Iger, o caminho é simples:
Vamos respeitar o nosso passado, mas não reverenciá-lo. Não podemos deixar que ele impeça a inovação e o progresso da empresa… O segredo está em equilibrar o passado com o futuro.
Essa filosofia se reflete diretamente em suas escolhas e decisões à frente da Disney, incluindo a forma como ele conduz a Lucasfilm e a saga Star Wars. Iger afirma que, apesar de sempre buscar preservar o que torna a marca especial, ele não permitirá que o legado do passado determine o futuro. Mas a pergunta que surge é: será que, ao tentar preservar esse equilíbrio, ele não está, na verdade, afastando a Disney de suas raízes e do que a tornou tão única?
A Evolução de Star Wars sob Bob Iger: Entre Reverência e Reinvenção
Desde a aquisição da Lucasfilm em 2012, Star Wars se consolidou como um pilar central no império Disney. Bob Iger, ao assumir a liderança, reconheceu a enorme responsabilidade de respeitar a obra de George Lucas enquanto guiava a saga para um contexto moderno, adaptado aos públicos que evoluíram ao longo do tempo. De acordo com o próprio Iger, uma das estratégias pós-aquisição foi criar uma experiência física imersiva que refletisse a visão ambiciosa e inovadora de Lucas — o que culminou na criação de Star Wars: Galaxy’s Edge, nos parques temáticos. Essa área se tornou um marco no uso de storytelling e tecnologia no entretenimento, oferecendo aos fãs uma imersão única no universo de Star Wars.
Contudo, uma polêmica recente levanta questões sobre a verdadeira visão de Iger para a franquia. Fontes indicam que o CEO, ao longo do desenvolvimento da nova trilogia, não era um defensor absoluto da visão original de George Lucas. De fato, Iger teria rejeitado alguns dos roteiros concebidos por Lucas para as sequências, buscando adaptar a narrativa para um público mais amplo e contemporâneo. Isso levanta uma questão importante: o que é mais valioso para Iger — a reinvenção necessária para manter a relevância de Star Wars ou o respeito absoluto aos cânones estabelecidos por Lucas? A busca incessante por novas direções pode ser vista como uma evolução, mas também pode gerar rupturas com a essência original da saga.
Além disso, o ator Adam Driver veio a público recentemente para relatar que um filme centrado no seu personagem, Kylo Ren, teria sido cancelado, o que alimenta ainda mais o debate sobre as escolhas de Iger e a direção que a Disney quer seguir para o futuro de Star Wars.
O Desafio do Sucessor: Quem Herdará as Chaves do Reino Disney?
Iger não revela nomes, mas indica que seus sucessores precisam encontrar equilíbrio entre inovação e tradição, carregando a responsabilidade de uma das maiores marcas culturais do planeta. Os dois principais candidatos internos, conforme apuramos, são Dana Walden e Josh D’Amaro: Walden, co-presidente da Disney Entertainment, com vasto domínio sobre os conteúdos audiovisual e streaming, e D’Amaro, presidente da Disney Experiences, que conduz parques e experiências globais.
O futuro líder da Disney terá que navegar por um cenário complexo, mantendo a marca amada mundialmente, conciliando crescimento, inovação e respeito histórico, com o legado de Walt Disney como norte. A sucessão está prevista para ser detalhada até o primeiro trimestre do próximo ano, deixando a indústria em suspense sobre o próximo capítulo da empresa.
Análise TdW: O Que a Mudança no Comando da Disney Significa para Star Wars
Em nossa análise exclusiva no Portal TdW, refletimos sobre o impacto das mudanças na liderança Disney para o futuro da Lucasfilm e da saga Star Wars. Com a saída de Bob Iger prevista para 2026, o novo líder herdará não apenas uma gigante do entretenimento, mas todo o legado e desafios que vêm com essa responsabilidade colossal. A direção que será tomada pode significar a expansão criativa ou uma nova fase de reavaliação e consolidação.

Walt Disney: O Espelho de Bob Iger
“Branca de Neve e os Sete Anões” se destaca como um exemplo máximo de coragem e inovação — um risco ousado que transformou para sempre a Disney. Walt Disney, mais do que um criador, era um visionário tecnológico que enxergava na televisão não apenas uma ferramenta de divulgação, mas uma verdadeira aliada no financiamento de seus projetos. Essa visão pioneira influenciou a abordagem estratégica da Disney sob Iger. Contudo, essa admiração pelo passado não deve ser confundida com uma estagnação. Iger deixa claro que, embora a Disney deva honrar sua história, jamais deve se prender a ela.
Se Walt estivesse à frente da empresa hoje, o mais provável é que ele continuasse a buscar a inovação, sem se apegar ao que já foi conquistado.
Agora, surge uma pergunta: até que ponto a necessidade de reinvenção, pautada por questões políticas, não acaba se tornando uma forma de “prisão no passado”? Vale a pena abandonar os princípios que fundaram a Disney e desrespeitar o legado de seu criador? O fracasso do live-action de Branca de Neve, tanto em termos de crítica quanto de bilheteira, oferece uma lição fundamental para todos os fãs da Disney e também para aqueles que acompanham o universo de Star Wars.
Sob a direção de Iger, que demonstrou pouco interesse pelo legado de grandes figuras, como George Lucas, a criação de uma franquia histórica foi comprada e transformada, mas, ao que parece, isso tudo ocorreu em nome de uma ideologia que, de certa forma, acaba sendo uma forma de “idolatrar o passado”, sem realmente respeitá-lo.
O Impacto Global da Estratégia Cultural da Disney
O crescimento da Disney não se limita à América. Iger expande a marca com sensibilidade cultural, como na construção da Disneylândia em Xangai, que deveria ser “autenticamente Disney, mas distintamente chinesa”. Essa estratégia visa conectar a marca global a diferentes culturas sem perder a essência da casa, uma lição importante para franquias como Star Wars, cujo impacto transcende fronteiras.
A Disneylândia como Experiência Sensorial e Emocional
O poder da imunização e da nostalgia, segundo Iger, cria laços geracionais profundos, em que crianças de hoje se conectam com os pais através de histórias que atravessam o tempo.
Bob Iger destaca o poder da imunização e da nostalgia como ferramentas capazes de criar vínculos geracionais profundos, permitindo que as crianças de hoje compartilhem experiências com seus pais por meio de histórias que atravessam o tempo. Segundo Iger, a magia da Disney está na sua capacidade de unir diferentes gerações, utilizando a nostalgia como uma ponte emocional entre o passado e o presente.
Iger gosta de ressaltar que a experiência Disney vai além do simples entretenimento; ela é imersiva tanto fisicamente quanto emocionalmente. Walt Disney, em sua visão, criou a Disneylândia com a intenção de transportar os visitantes para um mundo à parte, deixando o cotidiano para trás e oferecendo uma “região” de isolamento, onde a magia e a fantasia prevalecem. Esse conceito se reflete perfeitamente em atrações como o Galaxy’s Edge, onde os fãs de Star Wars têm a oportunidade de se sentir parte integrante da galáxia distante.
Entretanto, mesmo com a nostalgia sendo uma poderosa ferramenta, a questão que se coloca é: até que ponto ela deve prevalecer sobre a inovação? Imagine um parque dedicado a Tatooine; a nostalgia certamente seria imensa, com os fãs se sentindo transportados diretamente para o planeta de Luke Skywalker. No entanto, a verdadeira força da Disney está em saber quando se desconectar do passado. Para Iger, o essencial é seguir em frente, mesmo que isso signifique abrir mão de certos elementos do legado em nome da reinvenção e da evolução.
Star Wars e o Futuro da Narrativa Disney: Entre Riscos e Oportunidades
Olhando para o futuro, Bob Iger enfatiza a importância do risco calculado e da inovação constante como princípios-chave para manter a Disney relevante. Segundo ele, a magia da Disney não deve ser uma relíquia do passado, mas sim algo que evolui, explora novas histórias, formas e tecnologias. A saga Star Wars, como uma das joias mais valiosas do império Disney, não pode se restringir aos velhos elementos que construíram seu sucesso, mas deve abraçar o novo e se adaptar a um mundo que está em constante mudança.
Iger afirma que a Disney continua comprometida com sua missão de criar felicidade e magia, buscando sempre um equilíbrio entre respeitar seu legado e explorar novos horizontes. Porém, surge a dúvida: alguém ainda acredita nisso? Em um momento em que muitos fãs questionam a autenticidade e a direção da Disney, especialmente no universo de Star Wars, a ideia de que a empresa consegue manter esse equilíbrio parece cada vez mais desafiadora. A busca incessante por inovação e lucro, muitas vezes, entra em choque com a essência do que tornou as histórias de Star Wars e outros clássicos tão especiais para gerações passadas.
Será que a verdadeira magia de Star Wars e da Disney pode ser preservada sem se perder no caminho da constante reinvenção? Ou será que o compromisso de Iger com a inovação e a mudança está diluindo o que realmente importa para os fãs mais fiéis? O tempo dirá, mas uma coisa é certa: o futuro da Disney e de Star Wars não está mais apenas no coração de suas histórias, mas no risco e na ousadia de sua busca por um amanhã incerto.
Perguntas para Você, Fã de Star Wars
Estamos diante de um novo capítulo da Disney e da saga que une milhões pelo mundo. O legado de Bob Iger e suas escolhas vão ressoar por décadas. Mas fica a pergunta:
- Você acredita que o futuro de Star Wars será melhor com a visão inovadora de Iger ou sente falta da abordagem mais fiel à visão de George Lucas?
- O equilíbrio entre tradição e inovação pode ser mantido sem perder a essência que tornou Star Wars uma lenda?
- Quais mudanças você gostaria de ver na franquia para as próximas décadas?
Acompanhe conosco o desenrolar dessa história.
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