Por Portal TdW — ✨ “Nem todo tolo é esquecido, mas alguns acabam carregando um fardo maior do que podiam suportar.”
Introdução
Jar Jar Binks depois da queda da República é um dos maiores mistérios e, ao mesmo tempo, um dos pontos mais curiosos da galáxia muito, muito distante. O gungan, que surgiu em A Ameaça Fantasma como alívio cômico, acabou ganhando um papel inesperadamente crucial ao ser o responsável por conceder a Palpatine poderes de emergência que abriram caminho para o nascimento do Império.
Se nos filmes ele desaparece sem grandes explicações, nos bastidores e no cânone expandido a história de Jar Jar Binks foi explorada de forma melancólica. De senador da República a pária repudiado, Jar Jar se torna um dos personagens mais trágicos de Star Wars — e talvez aquele que melhor simbolize como a ingenuidade pode ser manipulada pelo poder.
Nesta matéria, vamos mergulhar fundo em sua trajetória após a queda da República, analisando suas aparições, os destinos possíveis no cânone e Legends, além de entender por que sua figura gera tanta polêmica entre fãs até hoje.
Jar Jar Binks depois da queda da República — de herói a vilão involuntário
Poucos personagens carregam tanto peso por uma única decisão quanto Jar Jar Binks depois da queda da República. Quando, no Senado, ele propôs a concessão de poderes de emergência a Palpatine, acreditava estar ajudando a salvar a galáxia. Na prática, foi o início do fim.
Sua reputação despencou. Muitos senadores o viam como ingênuo demais para ocupar posição de destaque, e, após a transformação da República em Império, o gungan passou a ser responsabilizado por boa parte do desastre que se seguiu. Ele se tornou uma figura malvista, tanto por políticos quanto pelo povo.
Essa queda de prestígio é simbolicamente cruel: de um simples guerreiro gungan que ajudou na Batalha de Naboo, Jar Jar se tornara um rosto associado ao nascimento do Império Galáctico.
O desaparecimento político e o silêncio do Senado
Com a ascensão de Palpatine ao trono imperial, muitos senadores perderam espaço ou foram caçados. Jar Jar Binks depois da queda da República não foi perseguido diretamente, mas sua relevância desapareceu por completo.
O Senado Imperial, embora ainda ativo nos primeiros anos, tornou-se uma farsa controlada pelo próprio Palpatine. Jar Jar, desacreditado e humilhado, foi afastado da política. Muitos registros sobre seu papel foram apagados ou simplesmente ignorados.
É curioso que George Lucas e a equipe de roteiristas nunca tenham mostrado seu destino nas telas. O silêncio sobre Jar Jar é proposital, e esse vazio permitiu que livros e histórias do cânone explorassem seu fim de forma ainda mais trágica.

A versão do cânone oficial — o triste artista de rua em Naboo
O destino mais conhecido de Jar Jar Binks depois da queda da República foi revelado no livro da Trilogia Aftermath: Fim do Império, de Chuck Wendig. Nele, descobrimos que Jar Jar sobreviveu ao nascimento do Império e viveu os anos seguintes em Naboo.
Porém, longe de ser lembrado como herói, ele passou a ser rejeitado por seu próprio povo. A população de Naboo o considerava culpado pela ascensão de Palpatine e pela queda da República. Sem posição política, sem amigos e sem prestígio, Jar Jar acabou se tornando um artista de rua.
Em meio às ruas de Theed, ele fazia malabarismos e palhaçadas para crianças, que adoravam sua presença. Para os adultos, no entanto, ele era apenas um símbolo de vergonha. Um homem que, com boas intenções, abriu espaço para a maior tirania da história da galáxia.
Essa versão oficial do cânone transformou Jar Jar em uma figura profundamente melancólica. Seu destino serve como lembrete sombrio de que até os atos mais inocentes podem ter consequências devastadoras.
A visão em Legends — Jar Jar ignorado ou apagado da história
Enquanto no cânone oficial temos um destino trágico e definido para Jar Jar Binks depois da queda da República, no universo Legends a situação é diferente. Durante anos, o personagem praticamente desapareceu do radar. Nos romances e HQs do antigo cânone expandido, há pouquíssimas menções a ele.
Isso acontece porque Jar Jar foi criado e desenvolvido especificamente para as prequels, mas não havia sido incluído no material anterior dos anos 90. Quando a cronologia Legends se consolidou, os autores e editores optaram por não explorar muito sua trajetória, deixando-o de lado.
Essa ausência é reveladora. No Legends, o silêncio em torno de Jar Jar funciona quase como um apagamento histórico. O personagem, rejeitado por parte da audiência nos cinemas, também acabou esquecido na literatura de Star Wars. É como se seu papel na ascensão de Palpatine fosse tão incômodo que era melhor não ser mencionado.
Mas o pouco que se sugere em Legends é que, após seu mandato inicial no Senado, Jar Jar não manteve posição de poder significativa. Ele teria retornado a Naboo, vivendo em reclusão. Alguns fãs especulam que esse apagamento literário servia como uma forma indireta de admitir que Jar Jar era visto mais como um problema do que como uma peça narrativa relevante.
Curiosamente, esse silêncio acabou gerando ainda mais curiosidade. E, quando a Disney redefiniu o cânone, era inevitável que escritores buscassem dar uma resposta mais contundente — daí a versão no livro da Trilogia Aftermath: Fim do Império, que se tornou oficial.

As teorias conspiratórias — Jar Jar como o Lorde Sith escondido
Entre os pontos mais fascinantes da trajetória de Jar Jar Binks depois da queda da República estão as teorias criadas por fãs. A mais famosa delas é, sem dúvida, a teoria do Darth Jar Jar.
Essa hipótese sugere que Jar Jar não era apenas um tolo atrapalhado, mas um manipulador que fingia incompetência para esconder seu verdadeiro papel: um aprendiz Sith ou até mesmo o verdadeiro mestre de Palpatine.
A teoria surgiu em fóruns online e ganhou enorme popularidade por volta de 2015, pouco antes do lançamento de O Despertar da Força. Fãs apontavam evidências nos filmes: sua habilidade de luta exagerada na Batalha de Naboo, seus gestos estranhos que lembravam técnicas de manipulação da Força e, claro, o fato de que sua proposta no Senado foi o catalisador para a ditadura imperial.
Embora George Lucas nunca tenha confirmado a ideia, Ahmed Best, o ator que interpretou Jar Jar, revelou que existiam discussões nos bastidores sobre o personagem ter um papel muito mais sombrio do que o que vimos nas telas. Segundo ele, a recepção negativa dos fãs teria feito a Lucasfilm desistir de explorar esse caminho.
Ainda que não canônica, a teoria de Darth Jar Jar transformou o gungan em um dos personagens mais debatidos da franquia. Para muitos, essa possibilidade de redenção narrativa ainda paira no ar. Afinal, seria genial se o personagem mais odiado fosse, no fundo, um dos vilões mais poderosos da galáxia.
A recepção dos fãs e a redenção fora da tela
O destino de Jar Jar Binks depois da queda da República não se resume apenas ao que está no cânone. A forma como os fãs o percebem é tão importante quanto sua trajetória fictícia.
Quando A Ameaça Fantasma estreou em 1999, Jar Jar foi massacrado pela crítica e pelo público. Acusado de ser infantil demais, irritante e até mesmo de reproduzir estereótipos raciais, ele se tornou um dos personagens mais polêmicos de Star Wars. Ahmed Best sofreu ataques pessoais severos, que quase o levaram a desistir da carreira.
Mas o tempo tem sido generoso. Com o passar dos anos, parte do fandom passou a ver Jar Jar de outra forma. Muitos reconhecem que ele cumpriu bem o papel que George Lucas havia planejado: representar a ingenuidade e a leveza em um período de guerra. Além disso, novas gerações de fãs, que cresceram assistindo à prequel, passaram a ter carinho pelo personagem.
Essa mudança se reflete na forma como o cânone tratou Jar Jar em Aftermath. Ao invés de esquecê-lo ou ridicularizá-lo, o livro lhe deu um fim trágico, mas humano. Um homem que, mesmo caído em desgraça, ainda buscava trazer alegria para as crianças, mostrando que, apesar de tudo, seu coração permanecia puro.
Essa espécie de redenção fora das telas talvez seja o que mantém Jar Jar relevante até hoje.

Jar Jar Binks depois da queda da República e o impacto cultural
É impossível falar de Jar Jar Binks depois da queda da República sem olhar para o impacto cultural que o personagem teve fora da ficção. Ele se tornou um verdadeiro símbolo da divisão dentro do fandom de Star Wars.
Se, nos anos 70 e 80, os fãs viviam praticamente em harmonia, a chegada das prequels trouxe consigo debates acalorados — e Jar Jar era o centro dessa tempestade. Para alguns, ele era um erro grotesco, que infantilizava a saga. Para outros, uma tentativa ousada de expandir o espectro narrativo e mostrar que Star Wars sempre foi uma história para todas as idades.
O fato é que Jar Jar passou a ser lembrado não apenas como personagem, mas como fenômeno cultural. Ele virou piada recorrente em programas de humor, charges, memes da internet e até em referências de outras franquias. Poucos personagens foram tão ridicularizados e, ao mesmo tempo, tão lembrados.
No entanto, esse “ódio” cultural teve consequências muito sérias para Ahmed Best, que precisou lidar com ataques racistas, críticas cruéis e uma pressão emocional insuportável. Hoje, a própria Lucasfilm reconhece esses erros e tenta revalorizar o trabalho do ator. Sua participação em The Mandalorian e Obi-Wan Kenobi como o Jedi Kelleran Beq é uma forma simbólica de reparar parte da injustiça.
Esse impacto cultural também ajuda a entender por que a Lucasfilm escolheu dar a Jar Jar um destino tão melancólico no cânone. Ele se tornou uma representação da rejeição: rejeitado pelo povo de Naboo, pelos políticos e por muitos fãs. Mas, paradoxalmente, essa rejeição é o que o imortalizou.
Paralelos com outros personagens trágicos
A trajetória de Jar Jar Binks depois da queda da República pode parecer única, mas, quando observada em detalhe, ecoa a de outros personagens trágicos da saga.
Podemos compará-lo, por exemplo, a Anakin Skywalker. Ambos começaram como figuras de esperança: Anakin, o Escolhido destinado a trazer equilíbrio à Força; Jar Jar, o gungan que uniu Naboo e ajudou a salvar a galáxia na Batalha de Geonosis. Mas ambos, em sua ingenuidade ou vulnerabilidade, foram peças-chave na ascensão de Palpatine.
Outro paralelo pode ser feito com Conder Dookan. Diferente de Jar Jar, Dookan era consciente de seus atos, mas também foi manipulado e descartado por Palpatine. Ambos mostram como o Senhor Sombrio não tinha lealdade a ninguém: usava as pessoas como ferramentas, fossem elas grandes senhores da guerra ou bobos da corte.
Há até quem compare Jar Jar a figuras da mitologia clássica, como o “tolo” que, sem querer, muda o rumo da história. Na literatura, esse arquétipo é comum: personagens ingênuos ou ridicularizados que, em um momento-chave, acabam sendo os responsáveis por mudanças irreversíveis.
Esses paralelos ampliam a compreensão do lugar de Jar Jar dentro de Star Wars. Ele não é apenas uma piada. É uma peça narrativa que, gostemos ou não, alterou o destino da galáxia.
O legado político e narrativo
Se pensarmos politicamente, o papel de Jar Jar Binks depois da queda da República é gigantesco. Ele foi, literalmente, a engrenagem que faltava para que Palpatine chegasse ao poder absoluto.
Sua proposta no Senado é uma das cenas mais importantes da trilogia prequel. Ao dar a Palpatine poderes de emergência, Jar Jar abriu a porta para que a República se transformasse em Império. Essa decisão ecoa em toda a saga, porque conecta diretamente A Ameaça Fantasma à trilogia original.
Narrativamente, isso significa que Jar Jar cumpre um papel essencial: ele é o elo entre a ingenuidade e a tirania. É o lembrete de que, em democracias frágeis, basta um ato de boa intenção para que o poder se corrompa.
Por isso, mesmo que muitos queiram ignorar Jar Jar, seu legado é incontornável. Ele é o símbolo da vulnerabilidade política da República, e talvez o personagem que melhor exemplifica como o mal pode se alimentar da inocência.
Reflexão final — O fantasma de Jar Jar e o olhar dos fãs
Jar Jar Binks depois da queda da República se tornou, paradoxalmente, mais interessante do que em sua fase ativa nos filmes. O personagem que começou como piada infantil terminou como metáfora trágica.
Ao olhar para sua trajetória, percebemos que ele é mais do que o bobalhão que ajudava os heróis. Ele é um lembrete de que qualquer um pode ser manipulado, de que as boas intenções nem sempre levam a bons resultados e de que a história nem sempre é justa com quem participou dela.
Seu destino como artista de rua em Naboo é cruel, mas também profundamente poético. Enquanto políticos e generais tramavam grandes conquistas, Jar Jar estava nas ruas, entretendo crianças — as únicas que ainda conseguiam ver nele algo de valor. É quase como se a saga dissesse que, no fim, a pureza só é reconhecida por quem ainda não foi corrompido.
Jar Jar não é apenas um fantasma da República. Ele é o reflexo de todos nós, em nossas escolhas e consequências.
Encerramento
E você, fã de Star Wars?
👉 Acha que Jar Jar Binks foi injustiçado pela galáxia — e pelos fãs?
👉 Ou acredita que ele merecia cair no esquecimento depois de suas escolhas?
👉 Se fosse você no lugar dele, teria percebido a manipulação de Palpatine?
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