
Por Portal TdW – Retirado de starwars.com
Os arquitetos de A Alta República falam sobre construir uma nova era de Star Wars, com os seus personagens favoritos e qual livro levariam para uma ilha deserta.
Vinte e cinco romances, 139 edições de quadrinhos, 22 contos, seis graphic novels originais em mangá e cinco áudios originais. Tudo lançado em apenas quatro anos.
Esta é A Alta República, a iniciativa mais ambiciosa da história editorial de Star Wars.
Com o lançamento do romance final, Trials of the Jedi, os autores de A Alta República recentemente se reuniram em uma mesa redonda virtual para conversar com o StarWars.com. (Daniel José Older não pôde participar e fez muita falta.) Eles refletiram sobre a jornada que a história e os personagens percorreram durante o auge da Ordem Jedi, e sobre os fãs que acompanharam essa aventura até o fim. Mas será o fim de uma era?
Conheça os escritores (da esquerda para a direita): Justina Ireland, Claudia Gray, Charles Soule, Daniel José Older e Cavan Scott.
Contém pequenos spoilers de A Alta República.
StarWars.com: A primeira vez que essa equipe conversou conosco foi em 2019! Naquela discussão, Claudia Gray mencionou que, embora vocês tenham criado a direção geral da história, sabiam que teriam que fazer ajustes no caminho. Conseguem pensar em exemplos de quando isso aconteceu?
Michael Siglain: Stellan Gios foi criado para morrer no final da iniciativa, mas mudamos isso para o fim da Fase I, para ter um impacto maior ali — dar uma vitória maior aos Nihil e uma derrota aos Jedi. Mas desde o início, quando o criamos, sabíamos que esse cara não iria sobreviver.
Claudia Gray: Acho que o arco geral se manteve, mas muitos de nós acabamos nos apegando a um personagem ou desenvolvimento de forma inesperada. Eu não esperava me apegar tanto à tripulação da Vessel. Acho que não previmos o quanto Lourna Dee se tornaria importante quando ela apareceu. Os personagens acabaram se desenvolvendo muito mais do que pensávamos.
Cavan Scott: Eu, claramente, não fazia ideia de que Lourna teria um papel tão grande nas minhas histórias. A história de Keeve estava praticamente toda planejada. As razões para sua saída mudaram um pouco dependendo do que acontecia no universo mais amplo, mas Lourna acabou se tornando central. E isso porque as pessoas a adoraram depois de Luz dos Jedi e A Ascensão da Tempestade, e ela caiu no meu colo. Está comigo desde então.
StarWars.com: De quais outros personagens vocês se apegaram?
Tessa Gratton: Eu fiquei surpresa com o quanto me apeguei a Burryaga. Foi na história curta do Charles em Contos de Luz e Vida que eu fiquei obcecada com o que Burry fez para sobreviver. Eu pensei: “Meu Deus, isso é tão impressionante, cru e real.” Eu quis escrever sobre Burry e me dar a oportunidade de conhecê-lo melhor.
George Mann: Eu amei o Reath Silas desde o primeiro momento que li o livro da Claudia. Acho que me identifiquei com ele por ser um bibliotecário geek. Era um Jedi bem diferente do que já havíamos visto. Ele sai da sua concha e se torna o Jedi que sempre deveria ter sido — e passa por muita coisa. Acho que sempre colocamos um pouco de nós nos personagens que escrevemos. Reath foi meu ponto de entrada no projeto, como leitor e como escritor.
Lydia Kang: Adorei escrever o Amadeo Azzazzo na coletânea de contos. E depois ver alguém fazendo cosplay dele no Japão foi incrível. Eu pensei: “Estou conhecendo meu personagem pela primeira vez!” Escrever os chanceleres na Fase II também foi divertido. Eu gosto de política. Amo explorar esse tipo de drama. Em toda a iniciativa, Geode sempre será meu favorito. Eu simplesmente o adoro.
Claudia Gray: Uma vez fui a uma convenção e alguém tinha algo que, para um leigo, parecia uma almofada retangular cinza, mas era um pelúcia do Geode.
Alyssa Wong: Vocês viram o cosplayer na Star Wars Celebration que apareceu como o Geode e depois desapareceu?
Lydia Kang: Provavelmente foi ao karaokê.
Cavan Scott: Os Vintianos adoram karaokê. É bem conhecido.
Charles Soule: Eles adoram rock.
[risos e gemidos]
Alyssa Wong: A personagem que eu não esperava amar, mas amei, foi Driggit Parse, que aparece em Fuga de Valo. Ela não seria um grande destaque no livro, mas foi crescendo a cada revisão. Eu adoro escrever sobre pessoas cuja fé é abalada, geralmente em outras pessoas. Adoro escrever garotas tristes e furiosas. Ela acabou sobrevivendo a Fuga de Valo, passou a aparecer nos quadrinhos e contos, e tem um papel enorme em Batalha de Eriadu. Ela representa todos os jovens da vida real que enfrentam escolhas impossíveis.
Zoraida Córdova: Me apeguei bastante ao Churo, o Hutt, em Cuidado com o Inominável. Se a Alyssa gosta de escrever personagens cujas vidas desmoronam, eu gosto de escrever personagens que sabem que podem ser heróis, mas algo os impede. Gosto dessa jornada de personagem, e acho que o Churo passa por isso ao encontrar os Jedi, dividido entre o dever com sua família e o que quer para si mesmo.
Cavan Scott: Acho que, para mim, é o Elzar Mann. O arco dele foi incrível. Começou como um Jedi alfa, capaz de tudo, e nos mostrou como é pedir ajuda, errar, admitir que precisa dos outros e continuar lutando. Eu jamais teria imaginado isso dele no começo. Vai ser um dos personagens de quem mais sentirei falta.
Charles Soule: O Elzar é um Jedi estiloso com um bom cabelo, mas por baixo disso há muitos conflitos que o tornam divertido de escrever. Desde seu modo experimental de usar a Força até suas dúvidas quanto à própria conexão com ela, e todos os erros que comete, tudo o torna muito interessante de trabalhar.
Mas, para mim, quando chega a hora de escrever uma cena com esse personagem, fico empolgado e o texto flui facilmente. Esse é o Porter Engle. Ele não é exatamente um super-herói Jedi, mas consegue realizar feitos impressionantes. É divertido criar cenas que mostram o quanto ele é habilidoso com o sabre de luz. O Marchion Ro também — sempre que aparece numa cena, tudo ganha energia. Eu diria que esses dois são os mais empolgantes de escrever em A Alta República.
StarWars.com: O Marchion Ro sempre foi pensado como o grande vilão?
Cavan Scott: Planejamos ter vários red herrings. Inclusive, em certo ponto, eu queria fazer o nome dos Drengir ser um anagrama de “red herring”.
Michael Siglain: Queríamos garantir que Marchion Ro fosse bem diferente do Imperador. Houve muitas conversas sobre isso e sobre os próprios Nihil. A ideia era criar novos vilões — nossos “vikings punk rock do espaço”. Quem os lideraria?
Mas sempre soubemos que ia além dos Nihil; sabíamos que os Nameless estariam ali. Estávamos partindo da pergunta do Cavan: o que assusta os Jedi? E queríamos que o público pensasse: “Ah, são os Drengir. Não, espera, são os Nihil.” E aí surgiram os Nameless, outro ponto de virada, quando os leitores disseram: “Opa, não esperávamos por isso. O que é isso?” E então começariam a pensar: “Talvez isso seja o que assusta os Jedi.” Na verdade, era algo ainda maior. Respondemos isso nos romances e quadrinhos finais.
Os arquitetos de A Alta República falam sobre construir uma nova era de Star Wars, com os seus personagens favoritos e qual livro levariam para uma ilha deserta.
Vinte e cinco romances, 139 edições de quadrinhos, 22 contos, seis graphic novels originais em mangá e cinco áudios originais. Tudo lançado em apenas quatro anos.
Esta é A Alta República, a iniciativa mais ambiciosa da história editorial de Star Wars.
Com o lançamento do romance final, Testes dos Jedi, os autores de A Alta República recentemente se reuniram em uma mesa redonda virtual para conversar com o StarWars.com. (Daniel José Older não pôde participar e fez muita falta.) Eles refletiram sobre a jornada que a história e os personagens percorreram durante o auge da Ordem Jedi, e sobre os fãs que acompanharam essa aventura até o fim. Mas será o fim de uma era?
Conheça os escritores (da esquerda para a direita): Justina Ireland, Claudia Gray, Charles Soule, Daniel José Older e Cavan Scott.
Contém pequenos spoilers de A Alta República.
StarWars.com: A primeira vez que essa equipe conversou conosco foi em 2019! Naquela discussão, Claudia Gray mencionou que, embora vocês tenham criado a direção geral da história, sabiam que teriam que fazer ajustes no caminho. Conseguem pensar em exemplos de quando isso aconteceu?
Michael Siglain: Stellan Gios foi criado para morrer no final da iniciativa, mas mudamos isso para o fim da Fase I, para ter um impacto maior ali — dar uma vitória maior aos Nihil e uma derrota aos Jedi. Mas desde o início, quando o criamos, sabíamos que esse cara não iria sobreviver.
Claudia Gray: Acho que o arco geral se manteve, mas muitos de nós acabamos nos apegando a um personagem ou desenvolvimento de forma inesperada. Eu não esperava me apegar tanto à tripulação da Embarcação. Acho que não previmos o quanto Lourna Dee se tornaria importante quando ela apareceu. Os personagens acabaram se desenvolvendo muito mais do que pensávamos.
Cavan Scott: Eu, claramente, não fazia ideia de que Lourna teria um papel tão grande nas minhas histórias. A história de Keeve estava praticamente toda planejada. As razões para sua saída mudaram um pouco dependendo do que acontecia no universo mais amplo, mas Lourna acabou se tornando central. E isso porque as pessoas a adoraram depois de Luz dos Jedi e A Ascensão da Tempestade, e ela caiu no meu colo. Está comigo desde então.
StarWars.com: De quais outros personagens vocês se apegaram?
Tessa Gratton: Eu fiquei surpresa com o quanto me apeguei a Burryaga. Foi na história curta do Charles em Contos de Luz e Vida que eu fiquei obcecada com o que Burry fez para sobreviver. Eu pensei: “Meu Deus, isso é tão impressionante, cru e real.” Eu quis escrever sobre Burry e me dar a oportunidade de conhecê-lo melhor.
George Mann: Eu amei o Reath Silas desde o primeiro momento que li o livro da Claudia. Acho que me identifiquei com ele por ser um bibliotecário geek. Era um Jedi bem diferente do que já havíamos visto. Ele sai da sua concha e se torna o Jedi que sempre deveria ter sido — e passa por muita coisa. Acho que sempre colocamos um pouco de nós nos personagens que escrevemos. Reath foi meu ponto de entrada no projeto, como leitor e como escritor.
Lydia Kang: Adorei escrever o Amadeo Azzazzo na coletânea de contos. E depois ver alguém fazendo cosplay dele no Japão foi incrível. Eu pensei: “Estou conhecendo meu personagem pela primeira vez!” Escrever os chanceleres na Fase II também foi divertido. Eu gosto de política. Amo explorar esse tipo de drama. Em toda a iniciativa, Geode sempre será meu favorito. Eu simplesmente o adoro.
Claudia Gray: Uma vez fui a uma convenção e alguém tinha algo que, para um leigo, parecia uma almofada retangular cinza, mas era um pelúcia do Geode.
Alyssa Wong: Vocês viram o cosplayer na Star Wars Celebration que apareceu como o Geode e depois desapareceu?
Lydia Kang: Provavelmente foi ao karaokê.
Cavan Scott: Os Vintianos adoram karaokê. É bem conhecido.
Charles Soule: Eles adoram rock.
[risos e gemidos]
Alyssa Wong: A personagem que eu não esperava amar, mas amei, foi Driggit Parse, que aparece em Fuga de Valo. Ela não seria um grande destaque no livro, mas foi crescendo a cada revisão. Eu adoro escrever sobre pessoas cuja fé é abalada, geralmente em outras pessoas. Adoro escrever garotas tristes e furiosas. Ela acabou sobrevivendo a Fuga de Valo Valo, passou a aparecer nos quadrinhos e contos, e tem um papel enorme em Batalha de Eriadu. Ela representa todos os jovens da vida real que enfrentam escolhas impossíveis.
Zoraida Córdova: Me apeguei bastante ao Churo, o Hutt, em Cuidado com o Inominável. Se a Alyssa gosta de escrever personagens cujas vidas desmoronam, eu gosto de escrever personagens que sabem que podem ser heróis, mas algo os impede. Gosto dessa jornada de personagem, e acho que o Churo passa por isso ao encontrar os Jedi, dividido entre o dever com sua família e o que quer para si mesmo.
Cavan Scott: Acho que, para mim, é o Elzar Mann. O arco dele foi incrível. Começou como um Jedi alfa, capaz de tudo, e nos mostrou como é pedir ajuda, errar, admitir que precisa dos outros e continuar lutando. Eu jamais teria imaginado isso dele no começo. Vai ser um dos personagens de quem mais sentirei falta.
Charles Soule: O Elzar é um Jedi estiloso com um bom cabelo, mas por baixo disso há muitos conflitos que o tornam divertido de escrever. Desde seu modo experimental de usar a Força até suas dúvidas quanto à própria conexão com ela, e todos os erros que comete, tudo o torna muito interessante de trabalhar.
Mas, para mim, quando chega a hora de escrever uma cena com esse personagem, fico empolgado e o texto flui facilmente. Esse é o Porter Engle. Ele não é exatamente um super-herói Jedi, mas consegue realizar feitos impressionantes. É divertido criar cenas que mostram o quanto ele é habilidoso com o sabre de luz. O Marchion Ro também — sempre que aparece numa cena, tudo ganha energia. Eu diria que esses dois são os mais empolgantes de escrever em A Alta República.
StarWars.com: O Marchion Ro sempre foi pensado como o grande vilão?
Cavan Scott: Planejamos ter vários red herrings. Inclusive, em certo ponto, eu queria fazer o nome dos Drengir ser um anagrama de “red herring”.
Michael Siglain: Queríamos garantir que Marchion Ro fosse bem diferente do Imperador. Houve muitas conversas sobre isso e sobre os próprios Nihil. A ideia era criar novos vilões — nossos “vikings punk rock do espaço”. Quem os lideraria?
Mas sempre soubemos que ia além dos Nihil; sabíamos que os Nameless estariam ali. Estávamos partindo da pergunta do Cavan: o que assusta os Jedi? E queríamos que o público pensasse: “Ah, são os Drengir. Não, espera, são os Nihil.” E aí surgiram os Nameless, outro ponto de virada, quando os leitores disseram: “Opa, não esperávamos por isso. O que é isso?” E então começariam a pensar: “Talvez isso seja o que assusta os Jedi.” Na verdade, era algo ainda maior. Respondemos isso nos romances e quadrinhos finais.
StarWars.com: Falando em conexões, alguém tem uma referência ou elemento favorito de A Alta República em outras histórias de Star Wars?
Claudia Gray: Fiquei absolutamente encantada ao descobrir que o Geode tem uma sobremesa disponível na Galaxy’s Edge. Os Vintianos realmente entendem de mousse, aparentemente.
Zoraida Córdova: Quando fomos à Oga’s Cantina e estávamos olhando os coquetéis, eu vi: “Essa bebida se chama A Alta República? Isso é sério?”
Charles Soule: O que eu vou escolher é o sabre de luz do Stellan Gios, que é um sabre legado que você pode comprar na Galaxy’s Edge e na Disney Store. Esse é particularmente especial para mim porque, no lançamento, fomos à Disneyland às quatro da manhã. Vimos a Galaxy’s Edge acordando. Estávamos na loja com o Dok-Ondar, e um cara vestido com as túnicas de A Alta República estava lá, pronto para lançar o sabre. Parecia que estávamos dentro de A Alta República. Foi muito especial. As pessoas o levam para eventos e isso torna A Alta República algo real, algo que elas podem segurar nas mãos.
É incrível como essa iniciativa encontrou espaço dentro do restante do cânone.
Cavan Scott: E continua aparecendo. Outro dia eu estava vendo os discos da Disney e há um álbum Star Wars lo-fi com uma faixa chamada Farol Luz Estelar. Ver o Farol Luz Estelar em Aventuras do Jovens Jedi… ver na tela e pensar: “Lá está!” Foi um momento emocionante, porque embora pareça real nos livros e quadrinhos, quando você o vê na tela, com música e tudo, aquilo cristaliza tudo.
George Mann: Há ainda outra parte divertida nisso, que é inserirmos pequenas conexões em outras histórias de Star Wars e ajudarmos a construir essas relações. Fiz isso em algumas histórias, como na graphic novel do Qui-Gon Jinn, que trouxe alguns dos vilões menores de Battle of Jedha. Também escrevi uma história para o Star Wars Insider ambientada durante Ataque dos Clones, com um droide EX nela. Podemos inserir esses pequenos detalhes e sabemos que os fãs vão perceber e sorrir, além de fortalecer a ligação entre as histórias originais e o que criamos.
Zoraida Córdova: Em A Crash of Fate, criei um planeta chamado Eroudac para um dos personagens principais, Izzy, que vem de lá. Quando estava escrevendo Cuidado com o Inominável e a edição únicda com As Aventuras de Churo, o Hutt, ambientá-lo nesse planeta foi uma forma de unir essas histórias. Finalmente ver o planeta, que até então sempre ficou fora da página, foi muito legal.
Michael Siglain: Minha resposta, no nível macro, é The Acolyte, mas no nível micro foi ver aquelas túnicas brancas dos templos em live-action. Foi um momento surreal, só superado por ver Vernestra Rwoh e, eventualmente, seu chicote de sabre de luz em ação. Verdadeiramente de tirar o fôlego.
StarWars.com: Alguém jogou Jedi: Survivor?
Alyssa Wong: Eu joguei! Ver os personagens com aquelas vestes e as referências ao A Alta República foi incrível. Eu pensava: “É real!” O que é engraçado de se dizer quando você está criando o cânone. Mas como já foi dito, parece ainda mais real quando você vê fora do que estamos fazendo. E, claro, Dagan Gera é o meu garoto, sem surpresa. Adoro esse cara.