
Por Portal TdW especializado em Star Wars
1. Introdução: O Clímax da Saga Skywalker
A cena final de A Ascensão Skywalker (2019), dirigida por J.J. Abrams, voltou ao epicentro do debate entre fãs desde seu lançamento. Quando Rey declara “Eu sou todos os Jedi que vieram antes de mim”, ela canaliza a força coletiva dos Jedi, representados apenas em vozes, sem aparição física. No entanto, a adaptação em quadrinhos, particularmente o quinto e último ensaio de Star Wars: A Ascensão Skywalker Adaptação (2025), corrige o que muitos consideravam uma falta: nela, todos os Jedi se manifestam como aparições tangíveis de Força. Essa diferença visual reflete uma resposta direta dos fãs, que criticaram a ausência de figuras físicas, e o quadrinho é uma redenção visual poderosa do que a grande maioria desejava em 2019.
2. A Cena no Filme: Vozes, Mas Não Corpos
No atoral de Exegol, Rey comanda o poder dos Jedi para confrontar Palpatine. Começa com ecos de voz — voz de Luke, Leia, obi-Wan e tantos outros, mas nenhum corpo é visto em cena. O impacto emocional da revelação de Palpatine é elevado por esse coro, mas o momento visual perde força simbólica. A mensagem: Rey não está mais sozinha, mas unida à linhagem Jedi. O dilema: muitos fãs esperavam algum visual etéreo de apoio, não apenas áudios reverberando.
3. A Adaptação em HQ: Fantasmas Etéreos
A adaptação da Marvel no quinto capítulo traz o que a trilogia não: hindúes bolhas de luz no céu, silhuetas translúcidas de mestres Jedi. É uma homenagem panorâmica que transforma a fala em impacto emocional visual, Jedi como Yoda, Mace Windu, Qui-Gon Jinn, Jaina Solo, entre outros, pairando atrás de Rey, como um exército espectral que reforça a cena. Esse visual manifesta, enfim, o que fãs pediam desde o lançamento: a presença corporal e espiritual de cada mestre que, juntos, capacitavam Rey.
Vídeo criado por fãs após o filme recriando a cena.
4. Causas do Fandom: Ausência Amargurada
A cena original causou reações intensas:
- Muitos fãs sentiram que a simplicidade do áudio subutilizou o momento, era visível a expectativa por aparições.
- No Reddit, posts como “Fan Edit makes Rise of Skywalker ending fight 100% Better” apontavam que “Os fantasmas da força sendo mais do que apenas vozes melhora esta cena em 100%”
- Reações em vídeos no YouTube mostravam desapontamento, com pessoas exclamando sua indignação coletivamente .
O fandom reclamou justamente de se sentir privado da satisfação visual do momento. Eles haviam pagado por uma experiência cinematográfica épica; as vozes, ainda poderosas, foram consideradas incompletas.
5. Recepção Crítica e Fandom Dividido
A recepção crítica do filme foi mista. O Rotten Tomatoes compilou avaliações profissionais positivas (aprovação), mas pouca adesão do público geral . A conclusão rápida:
- Críticos elogiaram o tom nostálgico e efeitos visuais ⭐
- No entanto, o roteiro foi criticado como “temático demais, retconiano, fanservice”
- Comparações com Retorno de Jedi se intensificaram: a cena foi vista como “fan service hardcore”
- Uma versão do Time criticou a tentativa de “agradar todo mundo” com “todos os fantasmas e plot conveniences” .
Embora a inclusão dos fantasmas na HQ não seja canon cinematográfico, mostra que Lucasfilm responsivamente ouviu o fandom.
6. Retcons, Nostalgia e Risco de Melancolia
A cena no quadrinho questiona o limite entre homenagem e perpetuação da nostalgia. A estética etérea do exército Jedi ganha dimensão: um momento elevado, mas potencialmente vazio se não acompanhado de subtexto narrativo. O risco: transformar jogos emocionais em trampolim para nostalgia eterna, um fenômeno já criticado por especialistas como Time, alertando que “o equilíbrio entre legado e inovação foi perdido”. Ainda assim, do ponto de vista visual, traduziu o pedido do público, o que é, por vezes, prioridade para adaptações gráficas.
7. Evolução do Lore: Cânone e Legends
A aparição de personagens além da Trilogia Skywalker remete ao universo Legends, um passo aberto pelo novo cânone. Um fantasma de Jaina Solo, por exemplo, valida a trajetória pós-Retorno (ambas supostamente alheias ao cânone). Essa escolha abre precedentes muito simbolicamente poderosos, pode influenciar futuras mídias, séries ou animações. Um fantasma no BG poderia ser mais que homenagem; ele pode ser semente de jornada futura.
8. Estética e Técnica Visual
A adaptação em quadrinhos exibe alunos Jedi no fundo, desenhados com traços translúcidos, incluindo cores típicas dos sabres de luz. Cada proposta difunde leve luminescência, conferindo um ar de transcendência. Esteticamente, o quadrinho equilibrava: homenageia sem saturar visualmente, um esforço narrativo para reforçar a ideia original de Rey “tocada” pelo exército Jedi.
9. O Exército que Espírito Precisa?
A cena final de A Ascensão Skywalker já nasceu carregada de nostalgia, foi esse peso o que trouxe questionamentos. A adaptação em quadrinhos oferece a solução que fãs queriam, mas o debate continua: a cena precisava ser preenchida visualmente ou bastavam as vozes para manter a potência narrativa?
A transformação da palavra em imagem, do etéreo em presença, reconcilia fãs à narrativa? Dá dignidade literal à ideia de que Rey é toda a ordem Jedi? Em últimas análises, esse foi o gesto que tantos pediam, uma presença comemorada, mesmo que restrita ao papel impresso.
Próximos Passos
Ainda sem canonização no live-action, essa versão em HQ pode funcionar como “vislumbre autoral”, uma versão idealizada. O fandom, que clamou por ela, se sentiu representado. Resta saber se futuros projetos (como Ahsoka, novos spin-offs ou animações) darão corpo definitivo àquela visão.